A fé: A força
que nos move!
É um
bocado difícil de prever o que acontecia às tantas crianças pigmeias de Kpetene
se não houvesse uma escola no centro do acampamento. Na verdade, criamos esta
escola a 5km da aldeia, em plena floresta, pois, todos os anos, estas crianças
que aqui vivem, ao tentarem chegar à escola da aldeia eram desviadas para
trabalhar os campos dos não-pigmeus. Estas crianças, de 5 a 7 anos, eram demasiado
pequenas para se escaparem às mãos dos adultos e prosseguirem caminho. Assim,
há três anos que esta escola oferece os dois primeiros anos de escolaridade.
Um dos
problemas com que nos deparávamos era que, dada a humidade da floresta, o
quadro da escola deteriorava-se muito depressa… que fazer? A escola nem sequer
tinha muros para uma maior protecção!
Animamos
os pais a construírem um muro que protegesse o quadro…
Uma
manhã, como tantas outras manhãs, a Augusta partiu a Kpetene para visitar a
escola e, qual não foi o seu espanto: um muro tinha sido feito quase até ao
teto!
Que
alegria! Sem pensar duas vezes, a Augusta foi partilhar a sua alegria e
entusiasmo com os pais e alunos desta escola e claro no seu regresso, com ela
vieram uns dez alunos que, com alegria, preparavam-se para regressar com o novo
quadro da escola que, desde há alguns meses, os esperava na Missão.
A
Augusta ia-lhes dando alguns conselhos pelo caminho e encorajando-os a
continuar a construir a escola com os meios que eles tinham na floresta.
Quando
chegaram, a Augusta bebeu e deu a beber aos garotos um pouco de água fresca e
deu-lhes o quadro com todas as recomendações que se devem fazer a crianças que
levam um quadro escolar para o meio da floresta densa!
Actualmente
continuamos a animá-los a continuar o muro da escola e um novo grande quadro
espera na Missão para ser levado para Kpetene logo que as condições para a sua
instalação estejam reunidas. Agora, incentivamos pais e alunos a arranjarem
também novos bancos e mesas (de acordo às possibilidades existentes na
floresta).
Esta
escola é, para nós e para os que aqui estudam, uma fonte de esperança que não
nos deixa baixar os braços, ao contrário, mesmo se foram precisos dois anos
para levantar um muro, acreditamos que o tempo será também, com a ajuda de
Deus, o necessário para levantar o orgulho deste povo face à descriminação dos
demais.
Em cada dia, constatamos que viver a Missão não é uma
questão de coragem mas uma questão de fé – a fé que porta e mantém acesa a
chama da esperança!
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