quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A porta da Fé? A Esperança e o Amor!


A fé: A força que nos move!


É um bocado difícil de prever o que acontecia às tantas crianças pigmeias de Kpetene se não houvesse uma escola no centro do acampamento. Na verdade, criamos esta escola a 5km da aldeia, em plena floresta, pois, todos os anos, estas crianças que aqui vivem, ao tentarem chegar à escola da aldeia eram desviadas para trabalhar os campos dos não-pigmeus. Estas crianças, de 5 a 7 anos, eram demasiado pequenas para se escaparem às mãos dos adultos e prosseguirem caminho. Assim, há três anos que esta escola oferece os dois primeiros anos de escolaridade.
Um dos problemas com que nos deparávamos era que, dada a humidade da floresta, o quadro da escola deteriorava-se muito depressa… que fazer? A escola nem sequer tinha muros para uma maior protecção!
Animamos os pais a construírem um muro que protegesse o quadro…
Uma manhã, como tantas outras manhãs, a Augusta partiu a Kpetene para visitar a escola e, qual não foi o seu espanto: um muro tinha sido feito quase até ao teto!
Que alegria! Sem pensar duas vezes, a Augusta foi partilhar a sua alegria e entusiasmo com os pais e alunos desta escola e claro no seu regresso, com ela vieram uns dez alunos que, com alegria, preparavam-se para regressar com o novo quadro da escola que, desde há alguns meses, os esperava na Missão.
A Augusta ia-lhes dando alguns conselhos pelo caminho e encorajando-os a continuar a construir a escola com os meios que eles tinham na floresta.
Quando chegaram, a Augusta bebeu e deu a beber aos garotos um pouco de água fresca e deu-lhes o quadro com todas as recomendações que se devem fazer a crianças que levam um quadro escolar para o meio da floresta densa!
Actualmente continuamos a animá-los a continuar o muro da escola e um novo grande quadro espera na Missão para ser levado para Kpetene logo que as condições para a sua instalação estejam reunidas. Agora, incentivamos pais e alunos a arranjarem também novos bancos e mesas (de acordo às possibilidades existentes na floresta).
Esta escola é, para nós e para os que aqui estudam, uma fonte de esperança que não nos deixa baixar os braços, ao contrário, mesmo se foram precisos dois anos para levantar um muro, acreditamos que o tempo será também, com a ajuda de Deus, o necessário para levantar o orgulho deste povo face à descriminação dos demais.
Em cada dia, constatamos que viver a Missão não é uma questão de coragem mas uma questão de fé – a fé que porta e mantém acesa a chama da esperança!

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