Creio no Deus
Criador!
Chama-se
Persa e tem quatro anos. Naquele Domingo, vencendo a timidez tão típica desta
idade, à saída da missa veio na minha direcção e, olhando-me bem nos olhos
disse: “quero ser baptizada!”
À minha
volta circulavam os jovens que tinham sido baptizados no Domingo anterior. Vestidos
com a mesma veste branca do dia do Baptizado, eles tinham percorrido 20km a pé
para participar na Eucaristia.
Persa,
sem dúvida impressionada com esta manifestação de fé, queria, ela também, ser
baptizada.
Aqui os
baptismos são preparados com uma catequese específica que começa quando as
crianças têm já dez anos, por isso, todos se começaram a rir do pedido desta
criança, que, com os olhos esbugalhados, continuava a fixar-me sem dar grande
importância às reacções dos mais velhos.
Baixei-me
e, bem perto dela, disse-lhe:
- “Não
percebi bem. O que é que tu queres?”
- “Ser
baptizada!” – respondeu ela.
As
gargalhadas dos que nos rodeavam fizeram-se sentir de imediato. Para mim, um
pedido destes não é caso para rir. Então, peguei-lhe na mão e, alto para que
todos ouvissem, disse-lhe:
- “Se
queres ser baptizada vamos ver o senhor padre.”
Todos
ficaram estupefactos, interrogando-se se o padre iria baptizá-la.
Fui com
ela à sacristia e, quando saiu toda a gente, disse ao P. Giuseppe que a Persa
tinha algo a pedir-lhe. Ele sentou-se fazendo um gesto à criança para que ela
se manifestasse. Persa, com coragem e determinação, repetiu as mesmas palavras:
“quero ser baptizada”, disse ela.
O padre
olhou-me perplexo e, encorajando-a, explicou-lhe, de uma maneira simples, a
importância do baptismo e que, por isso mesmo, a Persa teria de começar a
frequentar um grupo que temos cá na paróquia para os pequeninos desta idade –
“As crianças da paz”.
Ela
confirmou que já estava a frequentar o grupo. Na verdade, a mãe dela é uma das
animadoras paroquiais deste grupo.
Assim,
dizendo-lhe para continuar nesse caminho, lá fomos fazer uma foto de grupo com
os novos baptizados e com a Persa.
Não é
fácil encontrar esta determinação nas crianças e jovens. Mas, porque Deus opera
sempre no coração do Homem e faz maravilhas que nós não podemos sequer pensar
ou imaginar, Persa ficou encantada com o exemplo e testemunho destes jovens que
ousaram dizer NÃO à celebração da Palavra nas suas capelas para dizer SIM à
Eucaristia dominical (mesmo se isto significou percorrerem 20km a pé).
Esta
manifestação de fé faz-nos questionar sobre o testemunho de fé que damos.
Seríamos nós capazes de caminhar 20km todas as semanas para participar na
missa? Seríamos nós capazes de afirmar publicamente a nossa fé e a nossa
concordância com o que é estabelecido pela Igreja?
Este exemplo cristão é força e desafio para dizermos,
com a nossa própria vida: “Eu Creio!”
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