A
mulher – o alicerce do desenvolvimento africano
Chama-se Rosaline, tem trinta e poucos anos, cinco filhas e
tem SIDA. Em M’baïki detectaram-lhe a doença e sugeriram-lhe que deixasse o
bebé de um mês e partisse para morrer em casa, pois, não deveria sobreviver
mais de uma semana.
Em vez de seguir o conselho, esta mulher caminhou com a sua
bebé nos braços durante 80km e chegou-nos à Missão. Encaminhámo-la ao hospital
e demos leite para a criança.
Algumas semanas depois esta mulher estava, aparentemente,
bem. Recuperou as forças e recomeçou a vender os produtos do seu campo no
mercado para ter algum dinheiro para sustentar as cinco filhas. O marido, esse,
partiu para o Congo e nunca mais regressou.
Nesta mulher nunca se descobre um olhar triste, ao
contrário, sempre sorridente e cheia de garra, faz face aos problemas que vão
surgindo.
Hoje, um ano depois, esta mulher continua, com a graça de
Deus, a trabalhar e a cuidar das suas filhas. Sempre sem desistir e sem
desesperar com as novas doenças que vão surgindo.
As meninas têm no olhar uma sombra de tristeza mas que não
as impede de avançar e se, sorrindo, nos pedir ajuda para poderem ir à escola.
Esta é uma das muitas histórias das mulheres que aqui
encontramos.
Sempre cheias de força e de vida, são inúmeros os exemplos
de vida como o da nossa cozinheira que, apesar de ser casada é ela que, depois
do trabalho, vai ao campo e, chegando a casa, mete os produtos do campo à
venda, prepara o jantar para os seis filhos e, caso o marido se meta em alguma
confusão, é ela que o vai tirar da cadeia.
Neste país, a
mulher, independentemente da sua etnia, e sem ter consciência disso, é a base
do desenvolvimento social e o “motor” dentro das diferentes religiões.
Aqui, onde as mulheres são consideradas como inferiores em
relação aos homens, é com alegria que a nossa Missão tenha sido sempre
maioritariamente formada por mulheres. Nos últimos 11 anos, 8 mulheres LMC
passaram por esta casa partilhando a vida destas mulheres que, acreditando no
desenvolvimento, se negam a baixar os braços diante das dificuldades.
Se é verdade que por trás de um grande homem está
sempre uma grande mulher, neste continente, precisamos de grandes homens que
sejam dignos de tão grandes mulheres!
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