“O olhar
de um leigo diante do sacerdote missionário"
Naquela manhã de Domingo, o Pe. Luigi Matiazzo, pároco em
Mongoumba, na República Centro-africana, saiu de casa bem cedo rumo a uma das
capelas da paróquia. Esperavam-no uns 30km de estrada seguidos de uma hora em
canoa para chegar à pequena comunidade cristã de Sedale.
Como já é costume, porque a estrada é difícil e o tempo de
canoa é considerável, aproveitou-se para enviar com ele o animador da CARITAS
que devia fazer uma reunião com os chefes da aldeia por causa do Posto de Saúde
que continua a ter problemas graves de funcionamento.
Assim, partiram eles antes das seis da manhã. A missa e o
encontro com os cristãos passaram-se bem, assim como a reunião para regularizar
o funcionamento do Posto de Saúde, mas… à hora de regressar, o céu ameaçava
pregar uma partida a este missionário. A tempestade começou estavam eles no
meio do rio. Os relâmpagos iluminavam o rio enquanto a chuva e o vento iam
tornando esta viagem em canoa mais longa e difícil que o costume.
Chegados a Mongo, a pequena aldeia onde tinha ficado o
carro, era já de noite. Impossível de se meter ao caminho. A ponte, a poucos
metros de distância tinha caído e o barco que serve para atravessar o rio para
chegar a Mongoumba, não funciona durante a noite. Que fazer? O animador da
CARITAS encontrou facilmente abrigo em casa de familiares e o nosso Pe. Luigi…
contentou-se com o banco do carro após um dia quase sem comer.
Neste ano que o Papa chamou “Ano Sacerdotal”, sobretudo em
terras de Missão, o sacerdote tem um valor muito especial, por isso mesmo, a
sua responsabilidade face aos demais é enorme.
Os sacerdotes missionários, aqui no coração da África,
vão-nos recordando, a nós leigos, da verdadeira razão da nossa acção e vão nos
dando, através das suas vidas, coragem para avançar neste Plano de Deus a que
fomos chamados.
Damos, pois, graças a Deus por continuar a chamar gente ao
sacerdócio e, sobretudo, ao sacerdócio missionário. Que o Espírito Santo
abençoe a Missão com mais sacerdotes e que, com esta vocação, eles possam
continuar, em cada dia, com fé e alegria, a dar o seu SIM em favor dos mais
pobres do mundo: em favor daqueles que ainda não conhecem a Cristo.
Neste tempo, dito de “crise de vocações”, alegramo-nos
com a proposta de Bento VI para 2010 e esperamos que, este ano seja um ano de
graça para todos aqueles que, com fé e coragem, se consagraram inteiramente ao
serviço de Deus e da Igreja em favor dos mais pobres.
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